A Reforma Tributária é um dos principais assuntos de 2025. As mudanças afetam diretamente o dia a dia dos escritórios contábeis, exigindo adaptação a novos regimes, como o Simples Nacional reformulado, o RET (Regime Especial de Tributação da Construção Civil) e a reorganização de obrigações acessórias. Neste guia, mostramos em detalhes o que muda e como os contadores podem se preparar para garantir eficiência e segurança.
O cenário da Reforma Tributária em 2025
O Brasil convive há décadas com um sistema tributário reconhecido pela sua complexidade. Em 2025, com a tramitação avançada da Reforma Tributária, o objetivo é simplificar a cobrança de impostos, reduzir o custo de conformidade e tornar mais justa a distribuição da carga.
Para os escritórios de contabilidade, a reforma não é apenas uma mudança legal: representa transformações operacionais e tecnológicas, com novas obrigações digitais e maior integração de dados.
Em setembro de 2025, debates no CONBCON 2025 e posicionamentos da Receita Federal reforçaram que a prioridade está em digitalizar processos e aumentar a transparência no recolhimento de tributos.
O que muda no Simples Nacional
Limites de faturamento
O Simples Nacional continua sendo a porta de entrada para micro e pequenas empresas, mas os limites estão em revisão.
- Atualmente, o teto é de R$ 4,8 milhões/ano.
- A proposta em debate prevê reajuste gradual, podendo chegar a R$ 8 milhões.
Essa atualização busca alinhar o regime ao crescimento de empresas que, com inflação e digitalização, ultrapassam facilmente o limite atual.
Regime híbrido e split payment
Uma das novidades mais discutidas é o regime híbrido, no qual parte da tributação seguiria as regras do Simples e outra parte se enquadraria no modelo dual de impostos (CBS + IBS).
Além disso, o split payment — recolhimento automático de tributos no momento da transação — pode ser estendido ao Simples. Isso reduziria a inadimplência, mas também exige adaptação dos sistemas de gestão contábil.
Oportunidades e desafios
Desafios para os escritórios:
- Reavaliar periodicamente o enquadramento dos clientes.
- Lidar com maior granularidade no cálculo dos tributos.
- Atualizar softwares contábeis para as novas regras.
Oportunidades:
- Consultoria tributária estratégica para clientes em fase de expansão.
- Uso de automação para simulações fiscais.
- Valorização do papel consultivo do contador.
O novo RET e o impacto no setor imobiliário
Alterações na tributação de incorporações
O Regime Especial de Tributação da Construção Civil (RET) também passa por reformulações em 2025. O objetivo é tornar a cobrança mais transparente e estimular a formalização no setor.
As mudanças incluem:
- Regras mais claras para o cálculo da receita das incorporações.
- Definição de percentuais diferenciados para determinados tipos de obra.
- Reorganização da forma de recolhimento, com menos guias e maior integração digital.
Regras de créditos e deduções
Empresas do setor poderão ter acesso a novas possibilidades de créditos tributários, desde que documentados de forma eletrônica. Esse ponto exige do contador rastreabilidade total das despesas — algo que só é viável com sistemas atualizados.
Como preparar os clientes do setor
- Revisar contratos de incorporação vigentes.
- Simular os novos percentuais de tributação.
- Orientar sobre obrigações acessórias específicas do RET.
Obrigações acessórias em transformação
Extinção da DIRF e ascensão da DCTFWeb
Uma das mudanças mais significativas é a extinção da DIRF a partir de 2025. Em seu lugar, a DCTFWeb passa a consolidar informações de retenções e recolhimentos.
Impactos para os escritórios:
- Maior dependência de integração entre folha de pagamento, eSocial e DCTFWeb.
- Necessidade de monitorar em tempo real os eventos transmitidos.
Adoção da NFS-e nacional
A Nota Fiscal de Serviços eletrônica nacional (NFS-e) avança rapidamente. Até setembro de 2025, centenas de municípios já haviam aderido, incluindo capitais e cidades de médio porte.
Benefícios:
- Padronização das obrigações.
- Redução de divergências em fiscalizações.
Desafios:
- Integração dos sistemas municipais com softwares contábeis.
- Ajustes na rotina de escritórios que atendem empresas multirregionais.
Agenda tributária e fiscalização digital
A Receita Federal publicou a agenda tributária de setembro de 2025, reforçando que prazos como DITR e DTTA continuam valendo. Além disso, a própria Receita anunciou que o uso de inteligência artificial já identificou R$ 11 bilhões em sonegação.
Isso mostra que a fiscalização digital será cada vez mais rigorosa, tornando fundamental a conformidade dos dados enviados.
Como os escritórios contábeis devem se preparar
Revisão de regimes tributários
Contadores precisam mapear clientes e identificar:
- Quem pode permanecer no Simples.
- Quem se beneficiaria de regimes alternativos.
- Quem terá impacto direto no RET.
Integração tecnológica
A digitalização não é opcional. Escritórios que utilizam softwares desatualizados correm risco de erros e multas.
Exemplo: o TGC da Tron já conta com módulos integrados para folha, escrita fiscal e contabilidade, além de integrações com a NFS-e nacional via Tron Box.
Capacitação da equipe
Treinar a equipe em temas como DCTFWeb, split payment e uso de IA será essencial. O contador que entende de tecnologia passa a ser ainda mais valorizado.
Atualização contínua
Eventos como o CONBCON 2025 e as publicações do CFC são fontes obrigatórias de atualização. Participar de congressos e consumir conteúdos especializados é um diferencial competitivo.
Um novo papel para o contador consultivo
A Reforma Tributária 2025 não elimina a complexidade do sistema brasileiro, mas muda a forma como contadores e empresas lidam com ela.
O contador que se limitar a cumprir obrigações corre risco de perder relevância. Já o profissional que assume papel consultivo, adota tecnologia e orienta clientes de forma estratégica, terá seu valor multiplicado.
👉 A Tron, com mais de 30 anos de experiência e soluções integradas, apoia os escritórios nessa jornada, simplificando a rotina e permitindo que o contador assuma seu papel de protagonista.
FAQ – Perguntas Frequentes
O Simples Nacional vai acabar em 2025?
Não. O regime continua existindo, mas pode passar por ajustes como limites maiores e recolhimento híbrido.
O que acontece com a DIRF?
Ela será extinta e substituída pela DCTFWeb.
Todos os municípios já adotaram a NFS-e nacional?
Ainda não, mas a adesão cresce rapidamente, incluindo capitais.
O RET muda para todas as obras?
As mudanças se aplicam principalmente a novas incorporações, com regras específicas para cada tipo de projeto.
Como meu escritório pode se preparar?
Investindo em tecnologia integrada, treinando a equipe e acompanhando de perto as atualizações oficiais.
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